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PRIMEIRO DE MAIO: 126 ANOS DEPOIS



Ivan Cotrim[*]

A todos / Que saíram às ruas / De corpo-máquina cansado,/ A todos /Que imploram feriado / Às costas que a terra extenua–Primeiro de Maio! / Meu mundo, em primaveras, / Derrete a neve com sol gaio./Sou operário – Este é o meu maio! / Sou camponês - Este é o meu mês./ Sou ferro – Eis o maio que eu quero! /Sou terra – O maio é minha era!
Meu Maio, de Vladimir Maiakovski

Há mais de 120 anos (1886) vários trabalhadores norte-americanos foram assassinados pelos gendarmes de Chicago por estarem em greve, reivindicando a redução das jornadas de trabalho de 13 para 8hs diárias. Esse notório fato foi se repetindo em países da Europa como a Inglaterra, França e outros, o que demonstra a cruel realidade histórica da luta entre capital e trabalho. Certamente, as lutas dos trabalhadores causaram-lhes sofrimento, dor e morte, mas só por esse caminho aquelas conquistas puderam ter lugar.
Contudo, as conquistas tão duramente obtidas vêm sofrendo ataques drásticos em todo o mundo; em resposta, os trabalhadores retomam suas lutas, e o 1º de Maio recupera seu sentido tradicional de dia de alerta e luta contra a destruição humana operada pelo capital, nas suas várias expressões.  
Ironicamente, é dos trabalhadores norte-americanos que vem essa proposta: os ativistas de “Ocuppy Wall Street” estão convocando uma parada internacional, uma greve mundial, no 1º de Maio, como forma de protesto contra a crise do capital que assolou o mundo a partir de 2008 e na defesa de todos os que sofreram e sofrem com ela, reivindicando a garantia e atualização dos direitos do trabalho. Pois, nessa crise, como em todas as que a antecederam, as medidas propostas para solucioná-la tributam o trabalho, com a redução de salários e demais direitos. Nos cartazes, aqueles ativistas relembram os motivos que os levaram a ocupar Wall Street, resumidos na denúncia de que 99% trabalham para sustentar os lucros de 1% que se beneficiam do sistema financeiro e especulativo.
Essa proporção, que é universal, explicita a ampliação, e não a redução, dos motivos que levaram àquelas lutas há mais de 120 anos, demonstrando que a relações sociais capitalistas não são resolutivas para os dramas da maioria dos homens.


[*] Pós-doutorando em História Econômica;  professor do curso de Ciências Sociais do CUFSA e da Univ. Mackenzie.
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